segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Pesquisa Clínica no Combate à Doenças

Disciplina: Redação Jornalística II

Por Ana Paula Escobar

O Brasil entrou definitivamente na rota dos grandes estudos clínicos. Nos últimos dez anos, o país tornou-se um importante centro de testes de novos fármacos em seres humanos. Segundo a revista Veja do mês de março de 2008, foram registrados mais de 800 protocolos entre 2005 e 2007 de experimentos e gêneros envolvendo 15 mil participantes ou sujeitos de pesquisa. Pesquisa clínica é um conjunto de estudos controlados realizados em seres humanos, com a finalidade de testar a eficácia e segurança de fármacos, medicamentos e vacinas com o objetivo de desenvolver a ciência da saúde que resulta em melhorias no tratamento da doença e na qualidade de vida do paciente.

É fato que a participação dos estudos clínicos traz benefícios para várias parcelas da sociedade. Sendo mais específica, os grandes beneficiados são os pacientes e a indústria farmacêutica”, destaca a monitora de pesquisa clínica da Roche Brasil, Larissa Rocha Moreira. Os pacientes que são acompanhados em estudos clínicos recebem um tratamento diferenciado com cuidados médicos, de enfermagem e farmácia mais rigorosos. Os estudos oferecem melhor tratamento, porque uma pesquisa compara o melhor medicamento de tratamento usual com uma nova droga que pretende ser no mínimo melhor que o já utilizado. Para a indústria farmacêutica, as pesquisas admitem acesso a muitos investigadores fortemente motivados com novos medicamentos, permitindo também, a criação e desenvolvimento de médicos líderes de opinião sobre o nova droga que a indústria está desenvolvendo.


Por ano, a indústria farmacêutica movimenta na área de pesquisa 30 bilhões de dólares. Comparando com outras chamadas indústrias de inovação (como por exemplo, a eletrônica), a farmacêutica é a que possui a maior porcentagem de suas receitas aplicadas em pesquisa: mais ou menos 18%. “A pesquisa científica hoje está controlada pela indústria farmacêutica. Daí vem o dinheiro e é quem controla os estudos mais importantes, define as perguntas que serão respondidas, os problemas mais importantes. Cabe à indústria discutir a melhor estratégia: continuar vendendo caro para um número pequeno de pessoas ou vender barato para um número maior”, explica o doutor Carlos Barrios, professor da Faculdade de Medicina da PUC de Porto Alegre e diretor do Centro de Pesquisa em Oncologia, em entrevista a revista Carta Capital em 09/05/2005.


No Brasil, em 2002, os dados mostraram investimento de 112 milhões de reais em pesquisa clínica, mas o País ainda participa de menos de 1% dos estudos internacionais. Embora ainda pequeno pelo potencial brasileiro, nos próximos anos este índice deve aumentar com os patrocínios das indústrias farmacêuticas e os trabalhos desenvolvidos por muitas equipes de estudos clínicos do Brasil.


Na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, a 400 km de Porto Alegre, a pesquisa clínica do Hospital de Caridade de Ijuí (HCI) está beneficiando muitos pacientes com câncer da cidade e região. A ideia de organizar uma pesquisa foi a partir de um sonho antigo do diretor do Centro de Pesquisa em Oncologia do HCI e médico oncológico, Fábio André Franke. Como tudo tem um início, a primeira oportunidade de conduzir um estudo surgiu no ano de 2000, num projeto que apenas registrava formulários e questionários de qualidade de vida dos pacientes. Para o médico Fábio, essa chance foi algo muito estimulante porque aprenderam muito a maneira de como registrar corretamente e, oficializar as informações relevantes do projeto. “Nosso desempenho foi muito acima do esperado, conseguimos durante 6 semestres ser o centro do Brasil que mais registrou esse tipo de formulário. Isso fez o que nos ganhássemos e chamássemos a atenção para outros projetos”, diz Franke.


Atualmente, a pesquisa clínica do HCI está trabalhando com 25 protocolos de câncer de mama, pulmão, próstata, pâncreas, sarcoma e melanoma. O aumento dos estudos permite cada vez mais o envolvimento com os sujeitos de pesquisa e a importância de se trabalhar com dedicação e ética. Por isso, o uso das boas práticas clínicas é indispensável, porque são conjuntos de normas e orientações éticas e científicas, para o desenho, condução, registros e divulgação de resultados dos estudos clínicos. Seus objetivos são basicamente dois: garantir que os dados sejam confiáveis, reproduzíveis e bem coletados e, o segundo, de importância igual ou maior que o anterior; é que sejam preservados os direitos, a integridade e a confidencialidade dos pacientes. “Basicamente, a ética é quem determina o que se pode ou não se fazer com uma pessoa quando ela entra em um tratamento”, ressalta a monitora de pesquisa clínica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Luciane Kalakun.


A decisão do paciente de entrar em um estudo clínico é determinada por ele e seus familiares. O médico responsável pela pesquisa irá explicar ao paciente sobre o estudo que ele irá participar, quantas vezes ele vira ao centro, quais os procedimentos que ele irá fazer e tirar todas as suas dúvidas. Após a decisão do paciente, ele assina o termo de consentimento livre e esclarecido, que é um documento importante que determina que os estudos possam ser iniciados e, que o paciente está de acordo com o mesmo. “É um documento importantíssimos na pesquisa clínica e, basicamente ele é documento de proteção do sujeito de pesquisa”, comenta a coordenadora de pesquisa clínica do HCI, Adriane Fontes de Oliveira. O termo constitui essencialmente as justificativas desse estudo, os principais procedimentos, a metodologia, o que será feito para o paciente, com o paciente, os efeitos colaterais que podem ocorrer, os riscos possíveis, os benefícios do acesso a medicação e se há outras possibilidades de tratamento concomitante ou após o tratamento da medicação em estudo. “Enfim, tudo que está definido nesse termo de consentimento é o que será realizado no período de tratamento e, após a descontinuação da medicação, quando a gente diz que o paciente permanece em follow-up”, conclui Oliveira.


Os estudos clínicos estão crescendo cada vez mais no Brasil e, no sul do país não é diferente. Os tratamentos que a pesquisa clínica do HCI está possibilitando aos pacientes é uma terapêutica adequada e moderna, a um custo praticamente inexistente. “O beneficio é possibilitar que todos os pacientes, até os que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tenham acesso a esses novos tratamentos”, acrescenta Franke. Apesar de todas as vantagens da pesquisa clínica, muitos pacientes morrem antes mesmo de completar o estudo ao qual está submetido. Para os familiares e pacientes, a expectativa é que os protocolos em que estão participando possam ser o melhor caminho para a cura. Segundo o paciente da pesquisa clínica do HCI e voluntário do estudo para câncer de próstata, Heitor Hoefling, 78 anos, o importante é não desistir do tratamento. “Eu tenho muita esperança que o estudo seja positivo, estão fazendo uma experiência comigo, mas estou levando muita esperança no tratamento. Eu me sinto ótimo e a minha saúde está bem”, afirma Heitor.

Rock na universidade

Por Magda Marques

A Unisinos inova com o Curso de Formação de Produtores e Músicos de Rock, qualificando os alunos para o mercado musical. Jovens de todos os estilos que curtem o rock agora encontraram um caminho para se tornar um profissional da área da música.
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domingo, 29 de novembro de 2009

Jornalismo de Revista

Por Magda Marques

A obra Jornalismo de Revista, de Marília Scalzo, traz uma análise deste meio em nove capítulos. Discute as técnicas de construção de um texto do gênero e os rumos do mercado de trabalho no setor. Ela faz um passeio na história desde o surgimento da primeira revista e escreve sobre as dificuldades financeiras que levaram a falência empresas do mercado editorial. Indaga sobre como deve ser uma boa revista e a evolução dessa mídia no Brasil. Discute o que difere este tipo de publicação de outros meios.

A revista trata o leitor com intimidade e precisa saber o que ele quer. Para fazer isso, é preciso ouvi-lo. Cada vez mais as revistas têm canais de interatividade com o leitor, seja por telefone, e-mail, pesquisas ou cartas. A revista cria identificações, dando a impressão de pertencer a um determinado grupo. Scalzo ressalta que quem define o que é uma revista é o seu leitor. Enquanto o jornal fala para um público sem rosto, a revista entra no espaço privado. Nas ultimas décadas os jornais procuraram ficar mais parecidos com as revistas, através dos temas ou divisão de cadernos. Porém, não tiveram sucesso.

A jornalista lembra que a primeira revista foi fundada em 1663 na Alemanha e se chamava Erbauliche Monaths Unterredungen ou Edificantes Discussões Mensais. Tratava-se de um volume no formato de livro, e só foi caracterizada como revista, por conta dos artigos de teologia e periodicidade regular. Dois anos depois, surge na França a primeira revista literária, a Journal des Savants. Na seqüência, aparecem em épocas diferente o Giornali dei Litterali (Itália) e o Mercurius Librarius ou Faithfull Account of all Books and Pamphlets (Inglaterra). O termo magazine, segundo Scalzo, surge especificamente em 1704, na Inglaterra, com um volume também parecido com um livro. Os títulos da época transitam por várias estéticas.

Só em 1731 surge a primeira revista semelhante ao nosso padrão moderno The Gentleman's Magazine, na Inglaterra. Nos Estados Unidos, a marca inicial é o ano de 1741, quando são fundadas a American Magazine e General Magazine. Hoje, Scalzo informa que nos Estados Unidos são impressos cerca de 6 bilhões de exemplares/ano, contra 600 milhões de exemplares/ano no Brasil. No século XIX a revista cresce e dita moda. Há o desejo maior de ler e instruir-se. Com o avanço das artes gráficas, a revista passa a ser um meio que possibilita tratar de vários assuntos num só lugar, com imagens.

A autora destaca que a revista era vista como um objeto apenas para a elite, por isso pouco acessível. Os jornais eram mais engajados, ligados a tendências ideológicas, a partidos políticos e à defesa de causas públicas. As revistas tinham o papel de complementar a educação, se relacionando mais com a ciência e cultura. Marília Scalzo salienta que a partir do crescimento das tiragens aumentou os anunciantes. Outra conseqüência foi a redução do custo de produção e menor preço do exemplar.

As revistas femininas do século XIX abordavam os afazeres do lar e as novidades da moda. Algumas oferecem moldes de roupas e desenhos bordados. Naquele século, também se desenvolvem um modelo de publicações literárias e científicas, a Scientific American e National Geografhic Magazine. Na época são lançadas publicações sobre Arqueologia, Filologia, Geografia, Medicina e Engenharia.

Na obra Jornalismo de Revista está destacado o surgimento da revista Time em 1923. Os fundadores, Haidden e Luce, tinham a ideia de trazer notícias da semana do país e do mundo, com informações cuidadosamente apuradas. Por trás daquele projeto havia a ideologia norte-americana de culto ao sucesso. O resultado dessa revista foi um modelo para todo o resto do mundo. No Brasil, a Veja, criada em 1968, tornou-se seu subproduto mais reconhecido.

As revistas fotográficas também são citadas no livro. Em 1936, Luce põe no mercado editorial a revista Life, uma publicação semanal ilustrada. Já no primeiro editorial, a revista se propõe a ver a vida, ver o mundo, testemunhar grandes acontecimentos, observar o rosto do pobre e os gestos dos orgulhosos, ver coisas estranhas. A Life passou a ser copiada na França pela Match. Na Alemanha a Stern usa a mesma fórmula, e no Brasil, o Cruzeiro e Manchete seguem a receita e se tornam fenômenos editoriais. Scalzo relata que em 1921, Dewitt e Acheson criam o lendário título Reader's Digest que no Brasil adotou o nome Seleções. A publicação condensava artigos de outras revistas e jornais, oferecendo ao leitor uma variedade de assuntos inéditos.

O livro Jornalismo de Revista também trata de dois títulos que são sucesso até os dias de hoje, a Elle e a Playboy. A primeira foi iniciada em 1945, logo após o final da guerra. O objetivo de Helene Lazareff é o de restituir na mulher francesa o gosto pela vida depois de anos de privação e sofrimento. A polêmica Playboy é concebida por Hugh Hefner. Sua ideia é misturar sofisticação com bom jornalismo, boa ficção, humor requintado, moda, bebida e gastronomia, tudo aliado a fotos de garotas nuas.

No Brasil, as revistas chegam no começo do século XIX junto com a corte portuguesa, que fugia da perseguição napoleônica. O primeiro título foi “As Variedades” ou “Ensaios de Literatura”. Passou a ser editado em 1812 na Bahia e propõe-se a publicar discursos sobre costumes e virtudes morais. Scalzo trata também dos fenômenos editoriais como “O Cruzeiro”. Idealizada pelo jornalista Assis Chateaubriand, a revista estabelece uma nova linguagem na imprensa nacional, por meio da publicação de grandes reportagens. A concorrente desta fase era a Manchete. A revista é fortemente ilustrada e valoriza ainda mais os aspectos gráficos e visuais. Ambas decretam falência do modelo das revistas semanais ilustradas.

Por outro lado, um tempo depois, surge o jornalismo investigativo com a “Realidade”, em 1966. Esta foi a inspiração da revista Veja, publicação que se solidificou no início dos anos 70 e hoje vende 1,2 milhão de exemplares semanais. Veja é atualmente a quarta revista de informação mais vendida no mundo, atrás apenas das norte-americanas, Time, Newsweek e US News & World Report. A autora também caminha pelo marketing editorial lembrando as diferenças da revista com outros meios.

Marília Scalzo escreve sobre a relação jornalista-leitor, sobre os formatos da periodicidade, e das recentes tendências como as costumer publishing ou costumer news, revistas feitas sob encomenda para empresas ou grupos e geralmente tratam de estilo de vida. A especialização do jornalista de revista é outra área explorada pela autora. Scalzo aborda os princípios do jornalismo, da responsabilidade social, credibilidade, ética e dá dicas de como se deve atuar para ter melhor aproveitamento nesta profissão. Ela salienta para seus leitores, que o chamado texto mais elaborado não é só uma questão de estilo. Diz que o segredo está na apuração e quem tem um número maior de informações qualificadas na mão, tem muito mais chances de escrever uma boa reportagem. "Não adianta querer ficar bordando um texto vazio de informação. Jornalismo não é literatura”, destaca Scalzo.

O livro Jornalismo de Revista fornece bons subsídios aos estudantes de Jornalismo. Uma leitura produtiva que faz a pessoa refletir sobre muitos aspectos do meio da comunicação. Traz dados importantes sobre o perfil e trajetória de várias revistas que marcaram a história no Brasil e no mundo. Um livro que contribui com informações essenciais para a carreira de um jornalista de revista.

Estilo Magazine

Por Magda Marques

O livro Estilo Magazine, do professor e jornalista Sérgio Vilas Boas, analisa o particular universo das revistas de informação. A obra mostra como evoluiu as características do texto em revista e suas diferenciações com os jornais diários. Assinala que o texto jornalístico tem coerência própria, padrão e estilo. Em foco as revistas "Veja" e "IstoÉ". Também chama a atenção do leitor para as diferenças entre o dia-a-dia dos noticiários e as publicações interpretativas semanais.

As revistas podem produzir textos mais criativos, utilizando recursos estéticos incompatíveis com a velocidade do jornalismo diário. O tempo disponível para produção lhe dá a oportunidade de pesquisar mais profundamente os acontecimentos. Busca informações sobre o antes, durante e o depois, e consegue proporcionar assim, uma visão geral dos fatos. Outro ponto positivo deste suporte é a liberdade de criação que o meio oferece aos autores.

Depois da fase de organização das ideias é preciso buscar um rumo harmonioso e atrativo para o texto. No ritmo frenético das redações é pouco comum a elaboração de textos leves, humorados e com toques sutis. Isso faz com que os textos se tornem comuns, como se fossem gerados por máquinas. A revista tende a preencher a lacuna deixada pelo telejornalismo. A tonalidade é a característica que mais diferencia a revista de um jornal. Na revista, o tom é uma escolha prévia de linguagem e no jornal as matérias soam com objetividade e isenção. É válido encontrar uma linguagem apropriada para o contexto do assunto abordado, dando ritmo à leitura.

Segundo Sergio Vilas Boas, as revistas exigem dos profissionais textos elegantes e sedutores. Sendo assim, o leitor é atraído e não dispensa a leitura do material sem chegar às últimas páginas. Pensar por que escrever é fazer funcionar de modo organizado a lógica do pensamento. “Sem isso, dificilmente um texto mais longo alcançaria seu maior objetivo que é prender a atenção do leitor do inicio ao fim”, ressalta o autor.

Entender sobre o assunto abordado e ter muitas informações sobre ele, ajuda na elaboração da matéria. Vilas Boas sugere: “Construa-o com a mesma fome que o leitor lerá.” Ele também recupera o histórico do New Journalism, gênero expoente na imprensa americana na década de 60. É o que se pode chamar de jornalismo literário, realçando a observação participante do repórter, buscando a fusão entre as técnicas jornalísticas e literárias. Porém, quando se trata de diferenciar a linguagem da reportagem a do romance, Vilas especifica que a supra-realidade não interessa ao jornalismo.

Ao longo da obra, Sérgio Vilas Boas analisa o perfil de revistas, como a extinta “O Cruzeiro” (1928), que, por meio de reportagens investigativas e polêmicas, contribuiu para reafirmar o gênero magazine no Brasil. Segundo Vilas Boas, a receita era simples: resenha do noticiário nacional e internacional da semana, com um fardo material fotográfico, reportagens e uma série de colunas abordando vários assuntos.

No terceiro capítulo, o livro traz trechos de matérias publicadas pela Veja e pela IstoÉ. O autor analisa que a abertura das matérias é quase sempre uma narrativa climática seguida do primeiro tópico frasal. Através de exemplos e sugestões, salienta nuances do texto, mostrando outras possibilidades de escrita.

O livro é, praticamente, uma conversa com o leitor, Sergio Vilas Boas destaca formas cabíveis ao desenvolvimento de um jornalismo mais criativo. "O Estilo Magazine" traz um bom apanhado sobre o estilo, a fluência, uniformidade, tonalidade e apuração do jornalismo de interpretação. Esta leitura é importante tanto para profissionais de imprensa, como para estudantes de jornalismo.

Como se relacionar com a mídia

Por Magda Marques

A jornalista Maristela Mafei sempre buscou estar atenta às tendências do mercado de comunicação. O livro Como se Relacionar com a Midia traz ao longo de dez capítulos ensinamentos para assessores de imprensa, estudantes de jornalismo e de relações públicas. Publicado pela Editora Contexto veio colaborar com o ensino acadêmico expondo a história da profissão, além da discussão de temas atuais. Ela retrata a função do assessor relatando casos, vivências, macetes e como gerenciar crises institucionais.

A obra oferece dicas úteis para quem almeja trabalhar neste mercado cada vez mais competitivo, em que a circulação de notícias corre em ritmo acelerado. Ressalta a importância deste trabalho que tem crescido, favorecendo não só artistas como empresas. O conteúdo expõe também parte da história do Grupo Máquina da Notícia, uma das maiores agências de comunicação corporativa do país, fundado há dez anos pela autora.

É comum nos períodos de crise que matérias negativas sejam publicadas por diversos veículos de comunicação. O assessor de imprensa é que irá gerenciar a situação. A autora Maristela Mafei afirma que é necessário um plano de contingência para ser acionado em situação de crise. “Nessas horas, é preciso tomar medidas que não paralisem a instituição e que ajudem as decisões a fluírem melhor, tirando o assessorado da crise o quanto antes”, diz a jornalista.

Assessor de imprensa ou relações públicas? Essa discussão levanta muitas hipóteses. A pesar das diferenças, a autora defende que as práticas se complementam. “Hoje não se concebe a existência de um bom assessor de imprensa que possa prescindir de uma gama de instrumentos da área de comunicação, todos abrigados sob o conceito do que se poderia chamar relações públicas”, ressalta Maristela Mafei.

Para que o trabalho de assessoria seja feito de forma eficiente é preciso estar em contato permanente com a mídia. A jornalista fala de particularidades que distinguem os assessores de imprensa, muitas vezes mal vistos pelas redações de grandes veículos. O livro situa o jovem profissional neste segmento da comunicação, chamando sua atenção para o exercício consciente da profissão.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Loucos pela diversidade

SID/MinC entrevista a coordenadora do projeto 'Programa Igual Diferente' premiado no Edital

A Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC) deu início a uma série de entrevistas com os participantes dos projetos contemplados com o Prêmio Loucos pela Diversidade, uma realização do Ministério da Cultura, por meio da SID/MinC e da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, por intermédio do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental, com apoio da Caixa Econômica Federal. O Prêmio contemplou 55 iniciativas que promovem, sem fins lucrativos, atividades culturais com pessoas em sofrimento psíquico. A cada semana uma entrevista será publicada na página da Secretaria. O objetivo é contribuir para traçar um panorama das iniciativas desse tipo existentes no país. A coordenadora do 'Programa Igual Diferente', Daina Leyton, foi a primeira entrevistada e falou sobre o projeto desenvolvido pelo Museu de Arte Moderna (MAM), de São Paulo.

SID: Em que consiste o Programa Igual Diferente?

Daina Leyton: 'O Programa Igual Diferente', desde de 2002, promove o estudo e a criação de arte por meio das modalidades artísticas, como pintura, escultura, apresentações, fotografia, entre outros, em vários cursos e oficinas de capacitação, sem fins lucrativos, que são oferecidos aqui, para a sociedade civil e para pessoas em sofrimento psíquico ou com algum tipo de deficiência. Ele consiste na tentativa de articular a sociedade civil com a saúde mental, na tentativa de quebrar as barreiras do preconceito e estimular talentos e projetos.”

SID: Para você, qual é o papel de iniciativas como o Prêmio Loucos Pela Diversidade na promoção de projetos como este?

Daina Leyton: “Iniciativas como estas são fundamentais para que a pessoa em sofrimento psíquico consiga realizar a sua reintegração social. Estimular projetos como esse, como faz o Prêmio, é um marco no processo da promoção e da construção de um outro olhar para a questão dos deficientes mentais, e mais do que isso, é também um importante passo na quebra de preconceitos e um incentivo não só para que outras instituições desenvolvam atitudes semelhantes, mas também para que os próprios freqüentadores do programa dêem continuidade para suas atividades.”

SID: É comum os freqüentadores do Programa darem continuidade às suas habilidades artísticas?

Daina Leyton: “Ah, sim, eles encaram as atividades desenvolvidas não como uma parte do tratamento de suas deficiências, mas sim como algo relacionado diretamente com as suas vidas, como a de qualquer outra pessoa não portadora de deficiência que também participa. Foi uma escolha deles, uma atividade independente das terapias e outros tratamentos que passam. Por exemplo, tivemos casos de pessoas que seguem carreira e continuam com suas atividades artísticas até hoje, como o caso do artista plástico José Ricardo Peres, que teve aqui seu contato com a arte e hoje possui seu próprio atelier. É só uma questão de superar os estigmas e acreditar na competência.”

SID: E como é estabelecido esse contato com a arte? O que acontece com o que é produzido aí?

Daina Leyton: “No programa a gente também promove cursos dentro das categorias artísticas com duração de um ano, gratuitos, para estimular e aprimorar as habilidades dos freqüentadores. A gente expõe o trabalho deles, promovendo uma interação dessas pessoas com a sociedade e com o mundo. Dessa forma, a gente devolve para a sociedade um pouco do que é construído aqui dentro, visando que essas pessoas cada vez mais encontrem e conquistem um espaço na vida pública, trabalhando em conjunto uma visão social tanto dos deficientes quanto da sociedade civil, na tentativa de construir um outro olhar para a questão, livre de preconceitos e estigmas, um olhar, de modo geral, único.”

SID: O que você sugere para pessoas que desenvolvem projetos semelhantes e que queiram se inscrever nos próximos editais do Prêmio Loucos Pela Diversidade?

Daina Leyton: “Sugiro que dêem instrumentos e estimulem as atividades. A parte da criatividade, definitivamente, é por conta deles. Só precisam de estímulo e instrumento para mostrar do que são capazes, e assim sempre impressionarão”.

Os interessados em mais informações sobre o programa podem entrar em contato com os responsáveis pelo projeto no email admam@mam.org.br ou pelo telefone (11)5085-1370.

Fotos: Acervo do Programa Igual Diferente

Comunicação SID/MinC

domingo, 8 de novembro de 2009

Além da teoria

Trabalhar com televisão não é fácil e isso pode ser comprovado nas aulas de telejornalismo. Exige tempo, agilidade e rapidez. A professora de telejornalismo da Unisinos, Luiza Carravetta sempre diz que televisão não é fácil de fazer, mas é deslumbrante. Concordo plenamente com ela.

Muitas vezes sair em campo para fazer as matérias é cansativo, acabamos tendo que voltar para gravar imagens que não ficaram boas, áudios que falharam, entre muitos outros. Mas quando terminamos a reportagem e assistimos o produto final em aula vemos que o esforço valeu à pena e o principal é que aprendemos mais sobre esse mundo fascinante que é a televisão.

Segue abaixo, um vídeo que mostra a rotina dos jornalistas e equipe do Jornal Hoje, da Rede Globo.